No terceiro período ocorreu o intercâmbio “Vitória, vitória criámos uma história!”. A história criada "a várias mãos" foi compilada, afixada no placar do polivalente da escola e divulgada.
O conto ficou bem bonito e revela a
criatividade dos nossos alunos!
Eis a história escrita seguida de foto do resultado final:
O baú das
sementes douradas
1.ª Parte
Era bem
cedo, num dia quente de verão, quando o Tiago acordou
na casa da avó.
Todos os
dias o galo cantava à mesma hora e as crianças acordavam para mais um dia no campo, durante
as férias de verão. Eram tão felizes ali.
Depois de
ajudarem a avó a alimentar as galinhas, os porcos as cabras e também os patos,
que nadavam num lago pequeno com águas de um azul transparente, prepararam-se para o dia que
chegava.
Arrumaram
nas mochilas um pequeno lanche, uma lanterna e uma bússola e partiram para a densa floresta que
abraçava a pequena aldeia.
Eram dez
horas quando os irmãos saíram de casa. Amélia, Ana e Tiago eram muito unidos,
partilhavam muito do seu tempo uns com os outros. A eles se juntaram os
vizinhos Simão e Maria, que também adoravam aventuras.
Caminharam
ansiosos pelos trilhos de ervas frescas e logo se depararam com a entrada da floresta, que
parecia um pouco estranha.
As
crianças eram muito curiosas e interessavam-se muito pelas questões ambientais. Por
isso, e porque as florestas são muito importantes para a vida do planeta, tinham traçado
um plano de visita ao interior daquele lugar de forma a não estragar o que lá
encontrariam.
Quanto
mais se aproximavam maior era a sua inquietação. Tinham ouvido falar da magia
daquele local, até havia pessoas que confirmavam que lá vivia um Dragão Azul.
- É já
ali a entrada! – disse uma delas – Vamos!
Entraram
na floresta por onde
umas árvores muito
altas se debruçavam e formavam uma espécie de porta de entrada.
2.ª Parte
Mal colocaram o
primeiro pé na floresta sentiram algo diferente, um misto de sensações: harmonia, paz, equilíbrio, … e magia. As cinco crianças
estavam espantadas com o que viam: árvores robustas, com folhas cintilantes e
repletas de frutos exóticos, que nem conheciam, pequenos arbustos com bagas de
vários tons lilás e azuis as quais o Tiago e o Simão não resistiram em provar.
Apanharam delicadamente e …
- Hummmmmmm que delícia! - disseram os meninos.
- Nunca comi nada igual! – acrescentou o
Simão.
Encheram os bolsos de bagas e…
- OOOOh OOOOOh
OOOOh OOOOOh
- Que som é este?! – perguntaram as meninas em coro.
Curiosos, procuraram com os olhos de onde vinha. Avançaram…
- Cuidado, não pises essas delicadas flores “arco-íris”! São lindíssimas
e tão perfumadas! – exclamou a Ana para o Tiago que, naquele momento, ia à
frente do grupo.
- Olha que
deslumbrantes joaninhas! Elas mudam de cor, parecem camaleónicas! – diz o Tiago
maravilhado ao colocar uma na sua mão.
A curiosidade adensava-se a cada passo, a cada olhar, a cada som, a cada
aroma, a cada sentir.
3.ª Parte
Continuaram a andar,
quando de repente, um brilho intenso
chamou a atenção de Tiago. Ele correu em direção a um pequeno lago escondido
entre as árvores. A água era tão clara que podiam ver peixes coloridos a nadar
tranquilamente.
-
Olhem! – gritou Tiago, apontando para o reflexo do céu na água. – É como um espelho mágico!
As
crianças juntaram-se a ele, admirando a beleza do lugar. De repente, ouviram o
som novamente, mais perto desta vez. Era um canto suave, como se a própria
floresta estivesse a cantar. Intrigados, decidiram seguir o som.
-
Vamos descobrir de onde vem! – disse Amélia, empolgada.
Ao
se aproximarem, encontraram uma clareira rodeada de flores brilhantes. No centro, havia uma enorme
árvore com tronco azul e folhas
que cintilavam como estrelas. E lá,
repousando sob seus galhos, estava o Dragão Azul.
Ele
era majestoso, com
escamas que refletiam a luz como gemas. O dragão olhou para as crianças com olhos sábios e acolhedores.
4.ª Parte
- Olhem,
amigos, ali está o Draagãooo Azullll!
– gaguejou o Tiago.
- Ele
existe mesmo! Tiago, vamos voltar para trás! – disse a Ana, ASSUSTADA.
- Ele vai lançar labaredas de fogo e vamos morrer
queimados! – gritou a Amélia, puxando o braço do Simão com força.
O Dragão Azul, devido
ao ruído e aos gritos, despertou do seu sono matinal e apercebeu-se da presença
das crianças no seu território, aproximou-se delas, lentamente, e, emocionado,
disse:
- Bem-vindos ao meu
reino! Venham conhecer a minha casa, a minha árvore de tronco azul! Os cincos
amigos, perante a amabilidade do Dragão Azul, aceitaram o convite. O interior
da árvore estava repleto de folhas secas, de flores de mil cores, de joaninhas
reluzentes e de passarinhos que chilreavam belas melodias. Os cinco amigos
ficaram deslumbrados com a magia daquele ambiente, mas o Dragão, de repente,
entristeceu e suplicou:
- Preciso da vossa
ajuda para salvar a floresta! Ela está amaldiçoada devido às alterações
climáticas, à poluição do ar e aos incêndios constantes no verão! Em breve,
todas as árvores irão tombar e morrer. Não existirá mais vida nesta floresta!
Temos de a salvar!
- Como podemos
ajudar-te, Dragão Azul? – afirmaram o Simão e o Tiago.
- Vocês podem ajudar-me
a descobrir aonde está o baú misterioso, que guarda as preciosas e mágicas “sementes douradas”, só com elas é que podemos
salvar a floresta. Posso contar com a vossa
ajuda?
Empolgados, os meninos
aventureiros, decidiram ajudar o Dragão AZUL.
Eufóricos, subiram para as asas brilhantes e aniladas do Dragão e gritaram em
uníssono: “Um por todos e todos por um”!
5.ª Parte
O dragão voou
durante muito tempo, até que se fez noite. Cego pela escuridão, esbarrou numa
árvore e as crianças caíram desamparadas no chão. Apalparam o terreno à procura
das mochilas e acenderam as lanternas, que apontaram para uma pegada gigante.
Decidiram investigar e mais à frente viram uma gruta. Lá dentro estava um baú.
Correram até ele e abriram-no rapidamente.
- Oh, é um livro!... Pensei que era o baú das “sementes douradas”… - disse o Tiago, desapontado.
- “A lenda do monstro da gruta” – leu a Ana – Será que tem alguma pista
sobre as “sementes douradas”?
Ao fim de algumas páginas, encontraram a palavra “sementes”, mas o resto
da folha estava rasgada.
- Temos de procurar o resto da
folha. Vamos! – ordenou o Simão.
Enquanto procuravam a folha, repararam num monstro a dormir agarrado a um
baú.
- Chiu, não façam barulho. –
pediu o dragão
azul.
Mas o monstro acordou e as crianças assustaram-se.
- Não tenham medo, eu não faço mal a ninguém. O que fazem aqui?
A Maria respondeu:
- Estamos à procura do baú que guarda as “sementes douradas”, para
salvarmos a floresta.
- É este. Podem levá-lo, mas com uma condição: lancem as sementes também
à volta da minha gruta, para este ser também um lugar especial.
As crianças assim fizeram. Imediatamente belas árvores e flores surgiram como
cogumelos.
- Toda a floresta que surge das “sementes
douradas” é
imune aos incêndios e à poluição. – explicou o dragão azul. – Muito obrigado!
E assim, durante muitos anos, o gesto daquelas crianças foi lembrado em
todas as conferências pelo clima.
FIM
1.ª Parte – EB1/PEC da Nazaré – 4.º ano
2.ª Parte – EB1/PEC
da Nazaré – 3.º ano
3.ª Parte – EB1/PE do Monte – 4.º ano
4.ª Parte – EB1/PE do Lombo dos Canhas – 3.º ano
5.ª Parte – EBS/PE da Calheta – Polo da Fajã da Ovelha – 3.º e
4.º anos